sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Buenos Aires em 7 dias

A capital da Argentina é um pedaço do planeta especial, não apenas suas construções, sua gente, sua música, mas exatamente pelo seu nome - Buenos Aires. O ar portenho é algo mágico, que contagia quem pisa naquele solo. Em Bs As se respira arte, futebol, pobreza, beleza, riqueza. Enfim, encanto é a palavra correta para descrever uma das maiores e mais queridas capitais do mundo. Fui a Buenos 2 vezes, e se dependesse, iria toda hora. Segue abaixo um roteiro de 7 dias para quem quer desfrutar da capital dos hermanos sem perder o que a cidade oferece de melhor ao turista.

DIA 1 - San Telmo

É recomendável conhecer este que é o bairro mais antigo da cidade no domingo, devido a Feira de Antiguidades que nele ocorre. Além de shows de Tango ao ar livre, lojinhas de antiguidade de todas as espécies e preços e cafés encantam o lugar. É possivel visitar a casa da personagem Mafalda de Quino, na Calle Chile
371 esquina com a Calle Defensa.

DIA 2 - Recoleta

Bairro de Classe Alta da capital, a Recoleta oferece ao turista inúmeros passeios como o Cemitério da Recoleta onde se encontram os túmulos de diversos políticos da História Argentina como Evita Péron e presidentes como Rivadavia, Mitre, Torcuato de Alvear e Avellaneda.


Há o Centro Cultural Recoleta, com lojas, sorveterias e arte moderna.  A floralis Generica, o Museu Nacional de Belas Artes, inaugurado em 1896, e que possuem em seu acervo Picasso, Goya, Renoir, El Greco, Rodin, Kallo, Degas, Pollock e Cézanne. A Faculdade de Direito e Ciencias Sociais da Universidade de Buenos Aires; a Basílica Nossa Senhora de Pilar; o Palais de Glace, entre outros como diversos parques e o prédio matriz da Tv Pública da Argentina.


DIA 3 - Palermo

Também considerado bairro nobre de Bs As, Palermo é um charme. Com vários parques, abriga o Zoológico da cidade, considerado um dos maiores do planeta e com um preço bem acessível. Além do Rosedal, Planetário, Embaixadas de diversos países e os famosos Bosques de Palermo. Há pelo caminho, assim como em toda cidade, monumentos lindíssimos, como “A Magna Carta e as Quatro Regiões Argentinas”, presente dos espanhóis e que possui 25 metros de altura.

Palermo é um bairro para se conhecer e sem ter nenhuma programação marcada, já que é um espaço para respirar muito ar puro em algum dos parques espalhados pelo bairro e apreciar a tranquilidade de um bairro de uma grande metrópole.


DIA 4 - La Boca

Aos apreciadores do futebol argentino a grande pedida é o bairro boemio de La Boca, terra do Tango e do futebol. La Boca, em 1882, era habitado quase que totalmente por imigrantes genoveses e se tornou um dos bairros mais visitados de Bs As.


 Lá pode-se encontrar o Estádio Sagrado por uma grande parcela da população argentina - La Bombonera, casa do Boca Junior, time que consagrou e endeusou Diego Maradona. O bairro respira futebol e tango por suas ruas sujas e movimentadas seus sentidos se perdem entre trágicos tangos tocados nas ruas e cantos da torcida do Boca, sendo entoados pelas diversas lojas do Clube espalhadas pelo bairro. Há muitos restaurantes, além do Porto, do Museu de Cera e um Centro Cultural, pertinho do Caminito.

Em La Boca é recomendado pela Polícia del Turista, que se anda apenas no perímetro turístico, nada de adentrar no bairro. Já que La Boca é periferia.

DIA 5 - Puerto Madero

 O bairro é centro moderno e financeiro da capital. Lá pode-se comer e beber muito bem, mas com dinheiro no bolso. É onde se encontra o Hilton Buenos Aires,  o Tranvía del Este ou “Puerto Madero Tramway” é uma línha férrea de 2 km que corta o bairro, a Puente de La Mujer, e muitas edificações que contrastam e muito com o resto da cidade.


 Quem vai a Puerto Madero segue mais um pouco ao sul e chega na Costanera Sur, um lugar mágico e tranquilo com o Parque Natural Costanera Sur e a Reserva Ecológica, lugares para caminhar e curtir um fim de tarde.

DIA 6 - Retiro

 Retiro é um bairro tradicional de Bs As. Com diversos monumentos é uma área cheia de sombra na qual se localiza a Plaza San Martín, a segunda mais importante praça da cidade. Perto dali, está o Palácio San Martín uma edificação do início do Século XX  e fica aberto às quintas e sextas feiras para visitas guiadas, do outro lado  da Praça está a Basílica del Santísimo Sacramento, ao seu lado Edificio Kavanagh. Há, também Museu de Arte Hispanoamerico, Calle Florida - com suas lojas maravilhosas, o Centro Cultural Borges, que se localiza dentro das Galeiras Pacífico, o Monumento aos caídos na Guerra das Malvinas e a Torre dos Ingleses.

DIA 7 - Centro

Para mim, a parte mais linda da cidade. Casa Rosada, Teatro Colón, Obelisco, Avenida Corrientes, Mayo, 9 de julio, Cabildo, Plaza de Mayo, Banco de la Nacion, Catedral Metropolitana, Teatros, Cinemas de rua, livrarias, El Ateneo. Vários prédios históricos, ruas movimentadas, lojas 24 horas.


DICAS

1- Tomar Pomelo - suco ou gaseosa,
2- Ir na Sorveteria Freddo,
3- Andar de subte - principalmente a Linea A - primeira da AL,
4- Andar de Colectivo - um barato!
5- Ir a noite no Obelisco e andar na 9 de Julio,
6- Visitar o Congresso Nacional - Casa Rosada é numa ponta e o CN na outra - Avenida de Mayo,
7- Café Tortoni - na Avenida de Mayo,
8- Comer Medias Lunas e Panchos,
9- Conversar com um Portenho,
10- Sentar e assistir a algum protesto na Plaza de Mayo em frente a Casa Rosada,
11- Tomar cuidado na Calle Florida, já que é um dos lugares onde mais assaltam turistas na capital,
12- Faça quase todo o roteiro a pé! O bairro mais longe de todos é La Boca, é só ir de ônibus, não há subte até lá,
13- Tente ir em algum estádio de futebol,
14- Passe uma tarde em algum dos parques da cidade e sinta Bs As e seu povo,
15- Não vá com a ideia de que argentino é metido, eles tratam as pessoas muito bem e com educação.
16 - Cerveja é super barata! Já refrigerante é um absurdo de caro em comparação ao Brasil,
17 - Não se come como no Brasil, a comida é bem diferente da nossa. Quando se vai a um restaurante, pede-se o prato principal, Pollo e Papas, por exeplo, e alguma outra guarnição,
18- Há vários hostels na cidade com preços que variam entre 12 a 18 dólares com café incluso.








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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Ética e novas tecnologias

O processo de desenvolvimento da tecnologia e da informação na sociedade contemporânea é notável. Diariamente temos notícias de novos produtos mais práticos de se usar e mais modernos. A tecnologia surgiu do trabalho do homem, do seu esforço de facilitar a sua vida tornando o seu trabalho menos árduo. A sociedade se preocupa com a ciência, com a tecnologia e reúne conceitos a respeito do valor destas para a vida dos indivíduos, noutros termos, aplica-se à ética.
Na medida em que os indivíduos refletem e amadurecem questões sobre a responsabilidade moral e política do homem em relação ao próprio homem, novas responsabilidades ao nível de outros indivíduos solidificam-se, assim como a responsabilidade dos profissionais que operam com tecnologia da informação.
A questão relativa à ética na tecnologia parece ser uma conseqüência da falta de difusão da ética como uma prática comum na vida dos indivíduos. Os valores da sociedade competitiva, calcada em resultados parecem insinuar uma constante necessidade de superação, valorizando a diversidade da busca e vendo limitações como um problema. É possível dizer que a ética é de certa forma uma limitação. Vista dessa forma, como um limite em si, ela se torna um problema. A questão que nos é colocada é justamente a de escolher coletivamente quais os traços delimitadores da ética, e essa escolha é essencial para determinar os rumos da nossa sociedade.
Paparazzo, palavra de origem italiana, serve para designar os repórteres que fotografam pessoas famosas sem autorização, expondo em público as atividades que elas fazem em seu cotidiano. O  paparazzo, na maioria das vezes, é um repórter fotográfico bastante indiscreto e por isso, freqüentemente, torna-se alvo da fúria dos famosos que são flagrados seja fazendo algo comum, seja fazendo alguma coisa que não queiram que se torne pública. Quando conseguem as fotografias os paparazzi (em plural) as vendem a imprensa por valores que variam em função da fama da celebridade e da situação na qual foi flagrada.
Os paparazzi parecem ser o produto da obsessão da sociedade contemporânea de espionar a vida das celebridades. Isso nos leva as seguintes questões: de que forma os paparazzi conseguem as fotos? Como e para quem as vendem?  Existem leis para impedir isso? Desta forma, propõem-se a analisar essas propostas bem, como descortinar como as celebridades se defendem, e como a evolução da tecnologia auxilia no trabalho desses repórteres-fotógrafos.
Algumas celebridades engendram verdadeiras táticas antipaparazzi: óculos, peruca, boné (para não serem reconhecidas), seguranças e informações falsas à imprensa sobre o paradeiro real da estrela. Na maior parte das vezes, os paparazzi esperam por uma chance para fotografar uma celebridade  em locais públicos, uma vez que podem fazê-lo sem mais problemas.  Todavia, para se ganhar dinheiro nessa profissão, isso não é suficiente. Os paparazzi devem  estar no lugar certo na hora certa.
 O trabalho do  paparazzo pode ser comparado ao trabalho de um detetive. Ele na maioria das vezes não trabalha só, possui pessoas que lhe informam onde e quando estará uma celebridade. Os informantes podem ser pessoas ligadas à celebridade ou não.  Vale ressalvar que o  paparazzo paga pelas informações obtidas. Existem distintas táticas que um profissional pode usar para obter as fotos. O paparazzo deve conseguir a foto antes dos outros. As fotos podem valer até milhões, depende da fama da pessoa fotografada e da situação, que se esta for constrangedora então, melhor ainda para o paparazzo. Contudo, este é um trabalho penoso, são poucos os profissionais que conseguem ganhar muito dinheiro com isso. Um  paparazzo  bem-sucedido possui uma equipe de trabalho, pessoas que operam como agentes em prol de negociar as fotos para que ele se concentre exclusivamente em fotografar. A “espionagem” de celebridades no Brasil é  modesta se comparada à Espanha, na qual a indústria de fofocas (conhecida como “prensa del corazón”) consegue sustentam muitos paparazzi, já que as estrelas que freqüentam as praias do país são conhecidas internacionalmente. Na Espanha existem sete revistas semanais de fotos de estrelas e fofocas, que no total chegam a vender sete milhões de exemplares. No Brasil, um dos mais antigos paparazzi é o carioca Carlos Sadicoff. Ele começou sua carreira de fotógrafo de celebridades em meados da nos anos80, e tem em seu currículo fotos reproduzidas em jornais do exterior, particularmente os tablóides ingleses The Sun" e "Daily Mirror”. Contudo, o estouro da indústria de paparazzi no Brasil é recente, tem pouco mais de cinco anos, quando os fotógrafos começaram a ser contratados exclusivamente para flagra celebridades. Muitos deles são fotógrafos free-lance que trabalham para alguma revista de fofoca. Apesar de jovem, a indústria nacional já possui seus feitos.
A cada ano que passa, a tecnologia está mais avançada. São televisões de plasma, Ipods, dvd’s, e também está ao alcance da população as câmeras digitais. Os paparazzi, é claro, beneficiaram-se  com a evolução digital. As câmeras digitais de alta resolução e cada vez menores facilitam o trabalho deles, ficou mais fácil de escondê-las e vendê-las e também se economiza dinheiro com filmes. Os celulares com câmera são outra arma na mão desses profissionais. Com eles, os paparazzi entram em festas e casamentos nos quais portar câmeras é proibido. As câmeras de vídeo sem fio são outra arma usada pelo paparazzo. As minúsculas câmeras têm transmissores potentes que permitem a transmissão de vídeos digitais de alta qualidade para os receptores.
O funcionamento das atuais câmeras digitais que estão no mercado, são semelhantes ao funcionamento das câmeras comuns, as que utilizam filme. Um sistema, em alguns casos idêntico aos das câmeras comuns, se encarrega de capturar e focalizar a imagem em um anteparo sensível a luz, onde a imagem pode ser armazenada para a posteridade. A diferença reside exatamente na armazenagem. No caso da foto comum, a armazenagem se dá em um filme que altera sua química em função da exposição à luz.  No caso da fotografia digital, existe um dispositivo eletrônico, conhecido como ’’Charge-Coupled Device’’, ou simplesmente: CCD, que transforma as intensidades de luz que insidem sobre ele em valores digitais armazenáveis na forma de Bits e Bytes.
Novos recursos estão sendo lançados acerca da tecnologia de câmeras digitais. Tais como: câmeras com resolução de até 8,3 mega pixels, câmeras que tiram fotos sem a necessidade de flash ou como no Japão, cientistas desenvolveram uma câmera ultrafina que pode determinar a distância entre os objetos em foco, além de identificar características de cor e estrutura desses itens registrados.
Com essas funções, o equipamento é capaz de reconhecer os objetos focalizados e também de recriar cenas em 3D. Recursos estes que tentam os consumidores a comprar o que há de mais novo no mercado tecnológico. Assim como os celulares que de meros aparelhos para a comunicação em fio, tornaram-se multiuso. Um dos últimos aparelhos lançados no mercado é um celular com câmera digital de 5 megapixels de qualidade. O modelo traz um cartão de memória de 512 Mb para armazenamento de imagens e vídeos, com capacidade de expansão de memória, radio FM, tecnologia Bluetooth, captura de áudio e vídeo, suporte para e mail, infravermelho, tela de cristal a prova a arranhões e etc.
Com o progresso da tecnologia e a globalização conectando fronteiras, somos induzidos a meditar a respeito do fenômeno da informação instantânea em especial em relação às fotografias tiradas pelos paparazzi. Nesse argumento, é necessário olhar para a legislação que conduz o direito de imagem, o que não é algo novo, porém fundamental na demarcação do que é público/privado. Os artistas antes de serem famosos almejam ter os seus quinze minutos de fama, mas algumas, ao que parece, depois que provam o sucesso, querem mais é ter os seus quinze minutos de anonimato. Como ficam, nesse caso, os profissionais da área da fotografia, que dependem da imagem e da informação para realizar o seu trabalho?
A Constituição do Brasil de 1988 assegura o Direito de Imagem, o qual se garantiu em virtude da jurisprudência uma vez que foi levada em conta o rápida expansão tecnológica dos meios de comunicação no país. Sabe-se que para finalidade publicitária é preciso que a celebridade autorize o uso da sua  imagem. A lei garante à imprensa liberdade de informação, sem que seja necessária uma autorização formal para uso de imagem. É exatamente aqui que os veículos de comunicação, jornais, revistas, televisão, podem ser encaixados, já que o uso da imagem é informativo. É bem diferente se o famoso é fotografado dentro da sua casa, por um paparazzo de plantão na rua, aí certamente este terá problemas por invadir a privacidade alheia. O paparazzo não pode expor essa foto ou vídeo em seu site pessoal, por exemplo, se neste contiverem fotos comerciais, mas pode exibi-las desde que seja para divulgar o seu trabalho.
Existem estatutos específicos que protegem o direito de imagem de índios, crianças  e idosos. Se uma foto publicada prejudica alguém, induz a distorção da realidade levando o indivíduo ao constrangimento e denegrindo a sua imagem, essa pessoa tem o direito de questionar juridicamente o autor da foto, mesmo que essa tenha sido tirada em local público. A relação entre o paparazzo e celebridades não é das mais amigáveis. Inúmeros são os casos de artistas que agridem os fotógrafos. Muitos casos vão parar nas delegacias gerando o maior escândalo.
A tecnologia está ao alcance  de quase todas as pessoas. E sendo assim, qualquer um pode ser tornar um paparazzo, basta ter em mãos um celular. Uma prova disso, é uma propaganda vinculada há algum tempo atrás nos meios de comunicação, no qual mostra um paparazzo entrando numa festa privada portando um celular com câmera, depois de revistado pelos seguranças. O paparazzo permanece durante a festa fingindo estar falando ao celular e, assim, consegue fotografar o beijo de um casal de celebridades que se pretendia anônimo. Ao perceberem, o casal aciona os seguranças, que correm para tomar o aparelho, sem sucesso, pois o paparazzo já havia conseguido enviar a foto através de uma conexão com a Internet que o celular possuía. A foto do casal se beijando é estampada na edição de uma revista logo em seguida. Aqui pode-se pensar na questão da privacidade individual, que por mais que não queiramos, está entrelaçada com os avanços tecnológicos, como o aparecimento das câmeras fotográficas, os equipamentos de gravação, com as câmeras de vídeo, computadores e etc, que tornaram a informação pessoal disponível através do mundo. Todos esses inventos possibilitam observar momentos pessoais, armazenar fatos, coletar informações, etc. Os celulares com câmera ajudam os paparazzi a entrarem com equipamento em eventos onde as câmeras não são permitidas. Como os celulares com câmera estão se tornando cada vez mais populares, certos lugares podem ter de adotar uma política de "proibição de telefones" para frear as fotos não autorizadas.
Entretanto, não se pode dizer que é a tecnologia em si que ameaça a privacidade das pessoas, e sim, as pessoas que usam a tecnologia para invadir a privacidade alheia. Como o comercial mostra, o celular com câmera possui inúmeros fins, além de fazer ligações, fazendo com isso, que seu usuário interfira na privacidade de outras pessoas. Por este viés, pensa-se que o uso irrestrito da tecnologia pode eliminar a privacidade.

Goffman's World

No livro "Manicômios, Prisões e Conventos”, o sociólogo Erving Goffman analisa sociologicamente estas três instituições.
Nesta obra, datada de 1961, o sociólogo faz levantamento crítico a respeito da vida dos indivíduos em instituições fechadas e apresenta como este tipo de segregação opera sobre estas pessoas. Este estudo foi feito durante três anos em enfermarias nos Institutos do centro clínico de saúde nos Estados Unidos. Dentre os quais, dá ênfase ao estudo feito na cidade de Washington, no Hospital Elizabeths. A finalidade do autor nesta análise foi conhecer o mundo social dos internados do ponto de vista deles próprios. Goffman observa que ainda que realizado em repartição oficial, com apoio financeiro de outra repartição, o trabalho não sofreu influências ou advertências capazes de restringir a liberdade do pesquisador.

A obra aborda de instituições totais de modo geral e que o principal enfoque refere-se ao mundo do internado e não ao mundo do pessoal dirigente. O livro está dividido em quatro partes. O primeiro, "As características das Instituições Totais", faz um exame da vida em instituições totais. Os demais são: "A carreira mental do doente mental"; "A vida íntima de uma instituição pública" e "O modelo médico e a hospitalização de doentes mentais". Conforme o autor:
Uma instituição total pode ser definida como um local de residência e trabalho onde um grande número de indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, levam uma vida fechada e formalmente administrada (Goffman, 1974, p. 11).
        Neste sentido podem-se extrair elementos que formam uma instituição total: a) um local de residência e trabalho; b) a presença de um grande número de indivíduos em situação semelhante; c) a afastamento desses indivíduos, por um certo período de tempo, da sociedade mais extensa; d) o confinamento a uma vida formalmente administrada. As principais características da instituição total são: todos os aspectos da vida desenvolvem-se na mesma localidade e sob o comando de uma única autoridade; todas as atividades cotidianas são feitas na presença de outras pessoas, a quem se isenta o mesmo tratamento e de quem se exige que façam juntas as mesmas coisas; todas as atividades cotidianas encontram-se estritamente programadas, de modo que a efetivação de uma acarrete espontaneamente à concretização de outra, conferindo um encadeamento rotineiro de atividades por meio de regras protocoladas e de um corpo de funcionários; as inúmeras atividades obrigatórias encontram-se associadas em apenas um plano racional, cujas finalidades são obter os alvos próprios da instituição. Goffman, além disso, enumera as instituições em cinco grupos distintos.
         O primeiro deles é que as Instituições são criadas para vigiar pessoas impossibilitadas e inofensivas, como por exemplo, asilos e orfanatos. A segunda é que são lugares situados para tomar conta de pessoas consideradas incapazes de cuidar de si mesmas, que são do mesmo modo uma ameaça à comunidade, ainda que de modo não proposital, como os sanatórios hospitais para doentes mentais e leprosos. Já o terceiro visa proteger a comunidade contra perigos intencionais, pretexto pela qual o bem-estar das pessoas, portanto isoladas, não estabelece o problema imediato. Incluem-se as penitenciárias, campos de prisioneiros de guerra, campos de concentração. Há ainda, as instituições estabelecidas com o desígnio de cumprir, de maneira mais apropriada, determinado serviço de trabalho, e que se relevam somente por meio de tais embasamentos instrumentais. Nesta ocasião, inserem-se os quartéis, escolas internas, campos de trabalho e colônias. Por fim, os estabelecimentos designados a servir de abrigo do mundo, ainda que muitas vezes sirvam, além disso, como lugares de instrução para os religiosos, como mosteiros, conventos, etc.
        A prisão, para Goffman é uma instituição total. Toda instituição aspira parte do tempo e do interesse de seus membros, proporcionado-lhes, de certa forma, um mundo particular, tendo sempre uma tendência absorvente. Quando essa tendência se aguça nos deparamos perante as chamadas instituições totais, como é o caso da prisão. A tendência absorvente ou totalizadora está simbolizada através dos obstáculos que se contrapõem à interação social com o exterior e ao êxodo de seus membros que, na maioria das vezes, contraem forma material. Isto é, portas fechadas, muros aramados, alambrados e outros. Um dos aspectos que provoca sérios questionamentos a respeito das possibilidades ressocializadoras da prisão é o caso desta, como instituição total, absorver toda a vida do recluso, servindo, por outro lado, para demonstrar sua crise.
O sociólogo insere a prisão dentro do terceiro tipo de instituições totais, que são aquelas organizadas para dar proteção à comunidade contra aqueles que constituem propositalmente um risco para ela e não apresentam, com intuito imediato, o bem estar dos internos. O fato de as prisões terem como finalidade central à proteção da sociedade é outro dos aspectos que indica intensas contradições sobre a finalidade ressocializadora que se confere à pena privativa de liberdade.
   Ao chegar à instituição, este internado traz consigo uma cultura que é a estabilidade de sua organização cultural. Com a permanência na instituição, que pode ser muito longa, pode acontecer a perda daquelas referências culturais. Este processo é distinto da aculturação ou assimilação e desvirtua o internado a uma grande dificuldade ou a uma insuficiência de encarar os aspectos da vida habitual, quando regressa ao “mundo de fora”.
As instituições totais criam uma tensão entre o “mundo doméstico” em que vivia o internado e o “mundo institucional” em que passa a viver, utilizando-a como uma força estratégica no controle de homens.
Geralmente, o processo de admissão também leva a outros processos de perda e mortificação. Muito freqüentemente verificamos que a equipe dirigente emprega o que denominamos processo de admissão: obter uma história de vida, tirar fotografia, pesar, tirar impressões digitais, atribuir números, procurar e enumerar bens pessoais para que sejam guardados, despir, dar banho, desinfetar, cortar os cabelos, distribuir roupas da instituição, dar instruções quanto as regras, designar um local para o internado (GOFFMAN, 1974, p.25-26).
            Expõe que na instituição total há uma incompatibilidade entre o pessoal e os internos. Essa incompatibilidade se expressa por meio de rigorosos estereótipos: o pessoal tende a avaliar os internos como bárbaros, velhacos e indignos de confiança. Os internos, por outro lado, tendem a avaliar o pessoal como insolentes, arbitrários e mesquinhos. O pessoal tem um sentimento de superioridade em relação aos internos e estes tendem a sentirem-se, ainda que inconscientemente, inferiores àqueles, débeis, censuráveis e culpados. Esses sentimentos contrários são uma grande barreira, sobretudo quando se almeja sobrepor técnicas de cura dirigidas à recuperação do encarcerado.
           O antagonismo entre pessoal e internos é algo intrínseco à própria natureza da instituição total. A divergência entre pessoal e internos pode ser tão intensa que os dois grupos podem constituir dois mundos social e estruturalmente diferentes, nos quais poderão existir alguns pontos formais de tangência, mas praticamente sem penetração recíproca. A instituição total transforma o interno em um ser passivo. Todas as suas necessidades de vestuário, lazer, etc, estão sujeitas a instituição. O interno pode adaptar-se com facilidade a maneira de ser passivo, encontrando equilíbrio ou recompensa psicológica em seu exercício. Na instituição total, em regra, não se admite que o interno seja responsável por alguma ação e o que interessa efetivamente é a sua adesão às normas do sistema penitenciário. A passividade do interno transformada em "pautas" normais de comportamento é o efeito que a instituição total produz. É mais uma causa a evidenciar a impossibilidade da ressocialização do delinqüente por meio do internamento.
              A instituição total causa no interno, desde o início, uma série de depressões, degradações, humilhações. A tortura é sistemática, apesar de que nem sempre seja proposital. O obstáculo que as instituições totais erguem entre o interno e a sociedade exterior concebe a primeira “mutilação”. Desde o período em que a pessoa é afastada da sociedade, do mesmo modo é excluída do papel que nela desempenhava. Em seguida, o interno é submetido a métodos de aprovação, sendo manipulado, rotulado como uma peça para ser imposta na burocracia administrativa do estabelecimento, no qual precisará ser transformado através de operações de rotina. Esse método leva a uma nova despersonalização e depreciação do ego deste interno. Quando a instituição informa ao interno recém ingressado dos fins e posses que lhe são consentidos, este volta a sentir uma sensação de inferioridade. Os próprios limites espaciais destinados ao indivíduo representam uma forte limitação ao desenvolvimento da pessoa. Outra das graves agressões à personalidade do encarcerado é que a instituição total desobedece e abole completamente a intimidade do indivíduo. Essa intimidade, segundo Goffman é transgredida em dois sentidos. O primeiro é durante o processo de aceitação, no qual todos os dados referentes ao interno, bem como sua conduta no passado, são coletados e armazenados em arquivos especiais, à disposição da administração penitenciária. A instituição total invade todo o universo íntimo do recluso, sejam de caráter psíquico, pessoal ou de qualquer natureza, desde que possa expressar alguma difamação. O segundo igualmente se extingue a intimidade pela deficiência de privacidade com que se desenvolve a vida cotidiana do interno. Ele jamais está só. Precisa conviver com pessoas que geralmente não são suas amigas. A obrigatoriedade de estar com outras pessoas pode ser tão penosa como o afastamento constante. O mais grave desta condição é a impossibilidade de saída da instituição total como acontece na sociedade civil. Essa desmoralização à intimidade da pessoa verifica-se inclusive nos lugares resguardados, como quartos e banheiros.
             Mais uma conseqüência contrária que uma instituição total produz é a subordinação do internado a um procedimento de perda da competência para adquirir hábitos que se estabelece na sociedade em comum. Todas as negatividades relacionadas sobre uma instituição total como a prisão, mostram que esta é um instrumento inadequado para a obtenção de algum efeito positivo sobre o recluso e reforçam a tese de que a prisão, como resposta penológica, encontra-se efetivamente em crise. Por outro lado, o internado recebe um conjunto de instruções que levam a reorganização pessoal. Trata-se do sistema de privilégios que possui três elementos básicos, conforme o autor.  O primeiro deles diz respeito ao conjunto de prescrições e proibições. O segundo é um pequeno número de privilégios definidos, conferidos em troca de obediência à equipe dirigente. E por ultimo, a imposição de castigos como decorrência de indisciplina. Existe, também, um "sistema de ajustamentos secundários” que admite aos internados a aquisição de algumas satisfações proibidas.
A partir da presença de ajustamentos secundários, podemos predizer que o grupo de internados criou algum tipo de código e alguns meios de controle social e informação para impedir que um internado informe a equipe dirigente quanto aos ajustamentos secundários de outro (Goffman, 1992, p. 54-55)
O sistema de privilégios e os processos de mortificação constituem condições às quais o internado deve adaptar-se. Para isso, Goffman nos mostra táticas diferentes, como quando o internado deixa de dar atenção a tudo, menos aos episódios que cercam o seu corpo; a "tática da intransigência" (o internado intencionalmente desafia a instituição ao negar-se a cooperar com a equipe dirigente. Em troca, recebe um excessivo castigo e a instituição resolve vencê-lo) e a "colonização" que incide na adoção da instituição, pelo internado, como o "seu lar". Para o sociólogo cada tática concebe uma configuração distinta de encarar o conflito entre o mundo original e o mundo institucional.
A administração penitenciária apóia a dominação que alguns encarcerados desempenham na estrutura social carcerária. A própria vigilância dá alguns privilégios aos reclusos para que auxiliem na adaptação dos demais às regras da prisão.
A conflitante realidade penitenciária supõe que as autoridades penitenciárias devam propiciar um ambiente reabilitador, quando, na verdade, são obrigadas pelas situações, a fortalecer os poderes de determinados líderes, contrariando os objetivos reabilitadores da pena privativa da liberdade.
A obra "Manicômios, Prisões e Conventos” de Goffman aborda as instituições totais. As instituições totais, em razão do seu fechamento, provocam a destruição da personalidade do internado, impossibilitando-o de conquistar o papel anteriormente desenvolvido no mundo exterior, havendo antagonismo entre o grupo dirigente e o grupo de internados.
No caso da instituição penitenciária, mesmo não a considerando uma instituição total, mas uma instituição relativamente fechada, já que no Brasil o recluso tem a chance de manter relação com o mundo exterior, é evidente que muitos dos efeitos da obra de Goffman podem ser aplicados ao sistema social carcerário: a dualidade entre os funcionários das penitenciárias e os reclusos; a mortificação do eu do interno; a estratificação social da sociedade carcerária; o sistema de privilégios, a linguagem empregada nos estabelecimentos carcerários; o código dos internos; a institucionalização dos internos; dentre os fatores que autenticam o valor desse estudo para área da sociologia jurídica.

Top 10 Porto Alegre: Piores

Você já, alguma vez, parou para pensar nos maiores problemas que sua cidade tem?

Hoje fiquei pensando nisso boa parte do tempo...Porto Alegre, que outrora, já foi exemplo de cidade, passa, atualmente, por maus lençóis. Uma péssima administração municipal. Um descaso com a cidade e com seus moradores que a amam tanto...Porém, foi essa mesma população que votou em José Fogaça há 6 anos atrás. Agora, a confirmação feita nas urnas, está refletida na cidade e, espero eu, que possa servir de exemplo, não apenas no município de Porto Alegre, mas, também, no Governo do Rio Grande do Sul, que elegeu uma Governadora que sucateou a educação, por exemplo.

Abaixo segue o Top 10 do descaso em Porto Alegre:

1- Aumento anual da passagem de ônibus
2- Calçadas soltas
3- Descaso com os Parques
4- Segurança
5- Chuvas e alagamentos
6- Combate as Pichações
7- Lixo nas ruas
8- Aumento do n° de mendigos e moradores de rua
9- Trânsito
10- Operações "Tapa-buraco" nos asfaltos das ruas


Como diz o Hino do RS, que"sirvão nossas façanhas de modelo a toda Terra", que José Fogaça sirva de exemplo a nós, para que não elejamos políticos como ele.Que possamos votar, realmente, consciente. Um povo que abre a boca para dizer que se acha politizado, não pode fazer o que fez: votar em Fogaça e Yeda Crusius para nos governar. Um já é ruim...2, por favor...