sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Dica de Filme: A filha distante

Sou fã do cinema argentino. Carlos Sorín é um grande diretor e em A Filha Distante, o cineasta consegue tocar o espectador de uma forma muito interessante.

O filme se passa na gélida Patagônia (Argentina) e conta a história de um homem de meia idade que ao se ver envelhecendo, deseja ter o afeto e a presença da filha novamente. Para isso. Marco, vai pra Patagônia pra procurar Ana. O único empecilho nisso é que ele não tem ideia de onde ela vive. A partir daí, é mistério!


O filme é muito bonito, pois mostra a mudança de vida que pode ocorrer em um ser humano - é quase que uma busca por rendição, após tantos deslizes (no caso do protagonista ele é um alcolatra).


FICHA TÉCNICA

Direção: Carlos Sorin
Roteiro: Carlos Sorin
Elenco: Alejandro Awada e Victoria Almeida
Ano: 2012
País: Argentina
Gênero: Drama
Duração: 8 min

sábado, 11 de outubro de 2014

A literatura árabe e seus escritores famosos

Poesia, prosa, novelas, romances são lidos por milhões de pessoas em todos os cantos do planeta. Uma das mais antigas e mais lidas é a literatura árabe, chamada de adab (palavra que pode ser traduzida como "convidar alguém para uma refeição" e tem como sentido polidez, cultura e enriquecimento). A literatura árabe tem seu surgimento no século VI, apenas com fragmentos do idioma escrito aparecendo até então. Foi Al Corão, o último livro sagrado enviado por Deus aos Homens, no século VII, que teve um efeito mais duradouro na cultura árabe e na sua literatura como um todo. 

Jabra Ibrahim Jabra

A literatura árabe floresceu durante a Era de Ouro do Islamismo com escritos de ciência, medicina, matemática, cultura, poesias, poemas e continua até os dias de hoje. Muitos escritores fizeram sucesso no mundo com suas obras, como é o caso de Naguib Mahfuz, o primeiro árabe a ganhar o Nobel de Literatura. A literatura árabe é muito mais do que sua obra mais conhecida, "As mil e uma noites". Abaixo estão os 10 melhores livros já escritos em língua árabe conforme a Arab Writers Union.


Naguib Mahfouz

1 - A trilogia do Cairo - do egipcio ganhador do Nobel de Literatura em 1988,Naguib Mahfouz. 

2 - In Search of Walid Masoud - do palestino Jabra Ibrahim Jabra. 

3 - Honor - do egipcio Sonallah Ibrahim. 

4 - War in the Egyptian Homeland - do egipcio Yousef Al-Qaeed.

5 - Men in the Sun - do palestino Ghassan Kanafani.

6 - The Secret Life of Saeed the Pessoptimist - do palestino Emile Habibi.

7 - The Desolate Time - do sírio Haidar Haidar.

8 - Rama and the Dragon - do egipcio Edward al Kharrat.

9 - Tattoo - do iraquiano Abdul Rahman Majeed al-Rubaie

10 - Beirut Nightmares - do sírio Ghada Samman

domingo, 28 de setembro de 2014

Dabkeh - dança típica do Oriente Médio

Conforme a história, a dança se originou de um episódio onde um grupo de pessoas estavam trabalhando juntas para a construção de casas após a época de chuva no Líbano, séculos atrás. Nestas construções os telhados eram feitos de madeira, palha e terra. A terra precisava ser compactada o que exigia pisar sobre ela. Com o ritmo do pisotear surgiu uma das danças tradicionais mais antigas(na tradução Dabkeh seria "bater os pés"). 





Popular no Líbano, Síria, Palestina, Jordânia e Turquia, o Dabkeh é dançado por grupos de homens, mulheres ou mistos. Os ritmos dançados mais comuns são: Dalaouna, Ataba, Abouzelouf e Mijana. Uma atenção peculiar no Dabkeh é o traje usado pelos homens - quase igual a roupa usada pelos gaúchos - calça larga, botas e lenço no pescoço - o que comprova a invenção da imagem do homem gaúcho perante seu folclore.


quarta-feira, 30 de julho de 2014

A celebração do Eid ul-Fitr

Nestes dias após o fim do Ramadã, que se deu no dia 28 de julho, está sendo comemorado até o dia primeiro de julho o Eid ul-Fitr ou Eid, simplesmente, por todos os muçulmanos do mundo. Aqui na Jordânia o movimento é gigante, as pessoas celebram nas ruas com vizinhos e parentes em uma grande festa. As palavras Eid ul-Fitr significam "Celebração do fim do jejum" e são sempre comemoradas no mês, posterior ao do Ramadã, chamado de Shawwal que é o décimo mês do calendário islâmico. O Eid religioso é comemorado apenas em um dia, mas nos países de maioria muçulmana estende-se por 3 ou 4 dias.


Em Amã estou me surpreendendo com o movimento de carros nas ruas. Pela manhã, as principais ruas da cidade estão com pouco fluxo e mal se ve pessoas caminhando. A noite, a cidade fervilha de carros, pessoas e alegria. A magia desta data é contagiante. No Eid, há diversos rituais que devem ser realizados como: se você tem condições, é obrigatório fazer caridade, seja doando dinheiro, mantimentos, roupas, o que for aos pobres e necessitados (ajudar alguém tanto quanto for possível - assim como em outras datas), deve-se orar o Fajr (primeira oração) em uma mesquita e ir à pé até ela, deve-se comprimentar com "Eid Mubarak" ("Eid abençoado") outros muçulmanos, usar roupas novas, visitar e dar presentes a parentes e amigos e presentear as crianças. Mas nada é tão fantástico como ouvir ecoando na cidade toda o som das vozes que saem das mesquitas dizendo: "Allahu Akbar, Allahu Akbar, Allahu Akbar, La Ilaha Illallah, Wallahu Akbar, Allahu Akbar Wa Lillahil-Hamd". Esta frase é dita por dezenas de vezes e mais parece uma música.


As lojas de doces, restaurantes, mesquitas e casas de família enchem de gente. É um burburim de vozes e muito se gasta para agraciar os entes queridos. É uma linda festa em celebração ao sacrifício de jejuar por um mês inteiro e agradecer a Deus pelas bençãos. O melhor de tudo, é poder participar de uma festa assim e ver o quanto o amor ao próximo é pregado no Islã. 

terça-feira, 22 de julho de 2014

Al Ghor - Oriente Médio. Vivendo na região mais baixa do planeta

Vivendo na região mais baixa do planeta

Al Ghor ou Al Ghawr é uma região do Vale do Jordão na fronteira da Jordânia com Israel e Cisjordânia com cerca de 110 km de extensão entre o mar da Galiléia (Lago Tiberíades) e o Mar Morto. Está é a região habitada mais baixa do planeta cerca de 300 metros abaixo do nível do mar. Al Ghor (pronuncia-se Al Ror) faz parte do complexo chamado de Great Rift Valley no qual o rio Jordão corre entre as fronteiras dos países. Este é o lugar que alimenta boa parte do Oriente Médio. As terras do Al Ghor são férteis e na metade norte do vale, no lado da Jordânia, existe um canal que auxilia na irrigação das terras cultivadas. O canal corre paralelamente ao rio Jordão, cerca de 72 km, entre o Rio Yarmuk e o Rio Zarqa. Suas águas ajudam no cultivo trigo, verduras, pimentas e frutas durante o ano todo.  Entre os países que importam os produtos do Al Ghor estão: Turquia, Europa, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Líbano e Arábia Saudita. Na parte sul do Al Ghor, a agricultura é praticada por meio de largos oásis e nas regiões partes não irrigadas, a criação de ovelhas e cabras predomina.


O verão é escaldante durante o dia e a noite o vento trás uma temperatura amena. Por ser muito baixa, é rodeada por grandes e belas montanhas a Leste (em direção a Amã) e Oeste (Israel e Cisjordânia) cheia de grandes e pequenas cavernas, ás vezes, habitadas por pequenos grupos de beduínos. Há comércio, banco, restaurantes, hospitais e toda uma infra-estrutura, simples, mas existe, para os milhares de moradores, sejam eles sazonais ou fixos. Durante os meses de setembro a junho a região é invadida por palestinos e egípcios em busca de trabalho nas inúmeras fazendas. Atualmente, os refugiados sírios também costumam vir para tentar a sorte durante os meses de colheita. Na realidade, Al Ghor é uma região predominantemente de auxílio aos refugiados dos países vizinhos, como os palestinos expulsos de suas casas por Israel que não conseguem trabalho nas grandes cidades.

A região é berço de muitas histórias e descobertas arqueológicas. A mais famosa delas é a do achado dos manuscritos de Balaão, filho de Beor, que segundo os dois livros sagrados (Torá e Bíblia) foi um profeta cujo Balaque deu ordens para amaldiçoar o povo de Israel. Estes manuscritos foram encontrados na cidade de DeirAllah, cerca de 60 km do Mar Morto. Por estar no coração do Oriente Médio, Al Ghor foi rota de diversos profetas e seguidores destes. No caso do profeta Maomé, vários de seus Sahabah (companheiros) estão enterrados em mesquitas da região como: Dhirar ibn al Azwar, Abu Ubaidah ibn al Jarrahe  e Shurahbeel ibn Hassana. Além disso, foi o local onde ocorreu a Batalha de Fahl entre o Califado islâmico e o Império Bizantino em 635.

Nesta que é uma das regiões habitadas mais antigas, olhar de longe o verde das plantações nos faz ver o quanto o Homem é forte para sobreviver e cultivar vidas em partes tão longínquas e áridas da Terra.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

A mulher no Oriente Médio

Neste tempo em que estou vivendo no Oriente Médio pude notar o quanto que a mulher é importante nesta sociedade. Na verdade, a mulher é o alicerce de qualquer sociedade.

Muito se fala, se noticia sobre maus tratos, inferioridade, silêncio, opressão. Coisas que ocorrem em qualquer parte do mundo, mas que viram algo cultural se for no ORIENTE MÉDIO. O que estou vendo aqui são mulheres ativas, que estudam, que trabalham, que cuidam de seus filhos, que sorriem, que se divertem, que se embelezam e que os homens respeitam. Se há diferenças entre a mulher que vive no Oriente Médio e em outras partes do mundo? Claro. Sempre haverá alguma diferença entre nós. Nosso comportamento, nossa forma de se vestir, de lidar com pessoas e com situações. Até porque somos especiais, únicas.


Nos países de maioria muçulmana a mídia vive mostrando certas atrocidades que o sexo feminino passa. Mulheres são mortas, surradas, inferiorizadas, coisificadas o tempo todo no resto do planeta e em qualquer região do mundo isso não tem nada a ver com religião. Porém quando estas coisas ocorrem por aqui, a primeira coisa que se culpa não são os homens covardes, mas sim, a religião. Religião nenhuma ensina a bater e maltratar mulheres. NENHUMA. A própria mulher tem o direito pelo Alcorão de pedir o divórcio, caso seu marido a maltrate e é totalmente proibido o homem levantar a mão para sua mulher, algo que comprova que é covardia masculina e não religião. Mas sempre haverá a distorção, porém, não entremos em detalhes.

Se há coisas que são estranhas e talvez erradas, sim, há. Acho um absurdo mulheres não poderem dirigir na Arábia Saudita. Mas existe, no mesmo país, uma lei para protegê-las da violência doméstica. Tratar mau mulheres, animais, crianças não tem nada a ver com crença, é índole. O mundo está cheio de violência. Sempre esteve. Só que hoje ela chega aos nossos lares pela tv, pela Internet e bate à nossa porta instantaneamente. Em nenhum lugar precisaria haver lei para proteger mulheres se os homens tivessem dignidade e caráter.


As mulheres no Oriente Médio são professoras, engenheiras, médicas, arquitetas, empresárias, jogadoras de futebol, políticas, agricultoras...Estigmatizar as mulheres do Oriente Médio e chamá-las de oprimidas é um erro. Por que seriam? Por que cobrem seus cabelos e não andam chamando atenção com suas curvas? Por que precisam de permissão do pai para casarem? Ninguém melhor que nosso pai e nossa mãe para saberem o que é melhor para nós, não é? Ninguém nos ama tanto quanto eles. É a filha que está prestes a sair de casa, para viver com alguém pelo resto da vida, se for possível. Isso não é opressão, é amor. Forçar a casar com alguém que não ama já é outra coisa (algo natural em diversas culturas no planeta, no próprio Brasil isso já foi normal).

Nada melhor do que conhecer algo para falar dele. Convivendo com elas eu vejo que na verdade temos semelhanças universais. Somos sonhadoras, vaidosas e estamos em busca de algo que nos complete. No Oriente Médio não é diferente. As mulheres estarão sempre lutando por seus direitos, vivendo suas vidas corridas e cheias de tarefas seja na Arábia Saudita, no Líbano, no Brasil, na França ou em qualquer pedaço de terra deste planeta.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Cerco de Ma'arat al-Numaan

Ma'arat al-Numaan é uma pequena cidade no noroeste da Síria e entrou para História no ano de 1098, por causa do massacre que ocorreu em seu território durante a Primeira Cruzada, conhecido como Cerco de Ma'arat al-Numaan. 


De acordo com historiadores, cristãos invadiram a cidade e renderam toda a população (os números não são certos, mas acredita-se que 20 a 100 mil pessoas morreram entre muçulmanos, judeus e cristãos ortodoxos). A cidade era composta de uma milícia urbana e por cidadãos que nunca haviam estado numa guerra. Durante duas semanas, eles foram capazes de segurar os cruzados da invasão graças aos altos muros que rodeavam a cidade. Eles, então, construiram um torre alta suficiente para os arqueiros atirarem na cidade. Usando esta torre os cristãos conseguiram passar sobre os muros da cidade fortificada em 11 de dezembro de 1908. Com isso, muçulmanos começaram a se retirar da cidade. O mandado era dormir a noite e retomar a ocupação pela manhã. Ignorando o acordo, alguns cruzados invadiram e saquearam a cidade. Na manhã seguinte, os dois lados negociaram e os cruzados, liderados por Boemundo de Taranto, prometeu um acordo entre as duas partes. Assim os muçulmanos se renderam, porém os cruzados começaram imediatamente a massacrar os moradores. Boemundo tomou o controle das muralhas e torres. E Raimundo IV de Toulouse controlou o interior da cidade.


Os meses frios do inverno do Oriente Médio e o cansaço com a disputa política entre Boemundo e Raimundo IV, levou os soldados cristãos a fome extrema. Segundo relatos dos viajantes, os cristãos cruzados começaram a comer os muçulmanos, fervendo e grelhando os cadáveres antes de devorá-los. Em uma carta ao Papa Urano II, um dos cruzados, Radolph de Caen escreveu: "Em Ma'aarra, nossas tropas estão fervendo os pagãos adultos vivos em caldeirões. As crianças estão sendo empaladas, postas em espetos e sendo grelhadas". Outro cronista das Cruzadas, Fulcher de Chartres, escreveu: "Eu tremo só de dizer que muitos de nossos povos, assediado pela loucura da fome excessiva, cortam pedaços das nádegas dos sarracenos já mortos e cozinham, mas quando não é o suficiente assar, eles comem como selvagens". Este ponto de vista ficou expresso na crônica de Alberto de Aquisgrão que escreveu: "os cristãos comeram não apenas os turcos ou sarracenos mortos, mas até mesmo cães".

Hoje a cidade deMa'arat al-Numaan ainda vive com a lembrança dos mortos no Cerco, há um mosaico em homenagem as vitimas para jamais esquecer deles. O horror do cerco de Ma'arat al-Numaan é um dos tantos episódios marcantes na memória muçulmana e do Oriente Médio. Estes eventos tiveram um forte impacto nos habitantes do Médio Oriente durante todas as Cruzadas. Os cruzados agravaram ainda mais a sua reputação de crueldade, canibalismo e barbárie. Séculos mais tarde, continuariam a ser descritos como fanáticos e canibais na literatura árabe.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Mar Morto

Um dos lugares mais impressionantes que já visitei até agora foi o Mar Morto. O Mar que na verdade é um Lago ( o que me faz lembrar o debate do que seria o Guaíba em Porto Alegre) é impressionante. A estrada que leva ao Mar Morto, a rodovia 65, é linda. É quase que impossível não prestar atenção ao redor, cheio de montanhas e paisagens que mais parecem lunares. De repente ao lado direito, para quem segue para Aqaba, surge em um penhasco um mar azul brilhante. Por mais que suas águas estejam secando, ele parece gigante diante de nós. São águas hipnotizantes.


Ao chegar perto, sente-se um cheiro diferente, não é aquele cheiro típico de mar, é algo inexplicável, talvez seja pelos altos índices de cálcio, magnésio e potássio. Ao se tocar a água, ela é norma e de tão cristalina, dá para ver as pegadas deixadas como se fossem petrificar no fundo lamacento. 

O Mar atualmente está com uma extensão de mais ou menos 60 km. E a rodovia 65 segue seu percurso até o final do Mar. Em várias partes dá pra se notar umas espécies de piscinas ou grandes buracos (chamados de Bolaines) que são de água doce! Sim. Como o mundo está sabendo, as águas do Rio Jordão estão secando e é ele que abastece o Mar Morto. Com isso, o Mar, a cada dia, recebe menos água, o que forma estes buracos. Dizem especialistas que são águas de um rio subterrâneo descoberto pelos judeus há alguns anos atrás.


O mais incrível do Mar Morto são as histórias que ao longo dos milênios ocorreram por estas bandas, principalmente as histórias de cunho religioso como a separação dos filhos de Abraão, Ismael e Isaque, iniciando a criação das duas grandes nações (árabes e judeus) ou aquele episódio em que Jesus foi tentado pelo Diabo durante quarenta dias e quarenta noites. Mas nenhuma ganha tanto destaque como a de Sodoma e Gomorra que estavam localizadas aqui e acredita-se que estão submersas pelas águas do Mar e a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Aqaba - a bela cidade às margens do histórico Mar Vermelho

A cidade turística mais ao sul da Jordânia é a bela Aqaba. Situada às margens do Mar Vermelho (o famoso mar que Moisés abriu) é um importante ponto estratégico para o reino da Jordânia. Seus limites são com Israel, Egito e Arábia Saudita. Aqaba é linda e antiga, sua história remonta há quase 4 mil anos. Por onde se olha a geografia da cidade impressiona (mar e montanhas vivem em harmonia). A economia da cidade está baseada fundamentalmente no comércio do porto (Aqaba possui o único porto da Jordânia e é por ele que entram boa parte do que é importado pelo país) e no turismo. Há hotéis e restaurantes para todos os bolsos, já que Aqaba é um dos lugares favoritos dos jordanianos para curtirem fim de semana, férias e feriados. A viagem é cansativa, mas bela. Há dois pontos que levam a cidade, a rodovia 65 que corta o país de norte a sul e outra rodovia que liga Amã a Aqaba. 


Mas o ponto crucial de visitar Aqaba é o Mar Vermelho. Ele é simplesmente lindo. Suas águas são de um azul turquesa cristalino incomparável e pode-se observar os corais e os peixes da beira dependendo do ponto que você está. Há praias públicas e outras pertencentes aos hotéis. Para quem gosta de curtir um pouco de aventura, é possível fazer mergulho e também, fazer um passeio atráves de uma espécie de submarino no qual os turistas sentam na parte inferior (que é feita de vidro) e observam a bela vida marinha do mar com peixes coloridos, tartarugas, tubarões e tanques de guerra que estão submersos. O passeio custa 30 dinares e a duração é de 1 hora e 30 minutos. Caso não queira se aventurar em mergulhos, a melhor coisa a se fazer é observar o por-do-sol. O Sol de põe atrás das montanhas localizadas no outro lado do Mar Vermelho onde estão as cidades de Eilat (Israel) e Taba (Egito). É possível pegar uma balsa e visitar o lado Israelense.


Aqaba possui uma bela estrutura. É uma cidade bem organiza e limpa (tirando o centro histórico onde estão localizadas as lojas - parece que estamos no Chuí). A cidade é famosa por ser uma Free Zone nos quais os jordanianos costumam compram produtos como perfumes e eletrodomésticos por um preço bem mais atrativo que o restante do país. A única parte ruim de Aqaba é o calor. Nesta época do ano (primavera no hemisfério norte) a temperatura média da cidade é 38 graus. Um calor quase que insuportável se não tivesse a brisa do Mar Vermelho.  


O velho e famoso Mar Vermelho que eu imagina, quando criança, Moisés abrindo-o com seu cajado, livrando os judeus das garras do Faraó é cheio de vida maritima e hoje é um dos lugares mais interessantes para a prática do mergulho. Aqui israelenses e árabes vivem de frente um para o outro e em paz. 

domingo, 25 de maio de 2014

Como é a violência no Oriente Médio?

Esta foi a pergunta que mais ouvi antes de vir para o Oriente Médio: "Mas tu não tem medo de ir pra lá?" Buenas...minha resposta sempre foi a mesma: "Tenho medo é de viver no Brasil". Então, vamos tirar a prova dos 9...

Experimente caminhar na sua cidade de madrugada, deixar a chave do seu carro na ignição e sair para ir pagar uma conta no banco, não trancar a porta e as janelas de casa, andar na rua falando com alguém no seu IPhone,...Utopia? Não! Isso ocorre no Oriente Médio.

Agora pense no que você lê ou assiste quando acessa um site de notícias ou quando está jantando e começa o jornal? Violência. No Brasil respiramos violência, almoçamos violência, escutamos violência. Ela está tão presente no cotidiano da sociedade brasileira que se tornou algo banal para a população, para os Governos e para os bandidos. Aliás, as únicas notícias relacionadas ao Oriente Médio são sobre violência!

A população brasileira já está perdendo o prazer em se divertir, em compartilhar momentos bons com a família ou com os amigos. Há medo de se sair para jantar e voltar tarde (quando não ocorre arrastão no restaurante), de se locomover pelas ruas de carro, de se ostentar. Aqui, as principais cidades possuem serviços 24 horas para atender a população que necessita comer e fazer comprar em horários não comerciais devido suas vidas corridas, por exemplo. Passear a noite é costume dos árabes, principalmente nas quintas e sextas e durante o mês de Ramadã. Boa parte das redes de restaurantes e fast-foods costumam fechar suas portas às 5:00 da manhã. Não há problema de se cruzar um parque a noite, uma rua escura ou dirigir de madrugada.



No Oriente Médio a insegurança é outra. Falar em violência é falar em conflitos. A violência está no cotidiano dos países que estão sofrendo ou sofreram com guerras, como Síria e Iraque. Porém não é a violência que estamos acostumados no Brasil, violência que está encravada em nossa sociedade e que a cada dia cresce, deixando os brasileiros reféns dos bandidos e de Governos inoperantes e apáticos. Aqui é a violência por meio de declaração. Ela tem nome e alvo. É política (no sentido de existir uma razão política-social entre as partes).

Os números de assaltos e assassinatos em países como EAU, Jordânia, Catar, Kuwait, Líbano são extremamente pequenos. E como é sempre noticiado, morre mais gente, anualmente, no Brasil com arma de fogo que qualquer outra guerra no mundo.

É algo para se refletir, já que a desigualdade social também está presente nesta região. Há gente muito pobre, há gente muito rica. Se vê meninos desfilando com nike, camisa e calça de marca e outros de chinelo de dedo e blusa surrada vendendo hortelã e outras especiarias em uma barraquinha com o pai no centro de Amã. Porém, existem três componentes muito fortes que podem explicar isso: Lei, Religião e Valores. As leis são duras para os infratores, a religião pesa muito na hora de se pensar em cometer um crime e os valores morais e éticos ainda são muito fortes na sociedade árabe-muçulmana. A unidade familiar ainda possui um atributo importante que é o da educação. Outro fator que, também, pode ser colocado em voga é a proibição de bebidas alcoólicas e drogas (Na Jordânia há lojas especializadas na venda de bebidas, mas somente não-muçulmanos podem comprar). Já drogas, o mercado negro deve existir por aqui...Só não seja descoberto, senão...

Muitas pessoas me perguntam como é viver no Brasil e acabo sempre dizendo a mesma coisa: "É bom, mas a violência é demais". É uma frase batida, mas tão real e triste que não me faz sentir saudade quando penso nisso. Ainda estou me acostumando a ser livre por aqui. Sem me preocupar se posso ser seguida ao sair do banco ou se usar um par de brincos de ouro. Já os árabes, ficam abismados em saber que a gente com tanta beleza, riqueza e sendo um povo tão querido, sofremos tanto com esse problema. O tema é tão complexo no Brasil e aqui que fico na superficialidade.

Por outro lado, não quero pintar o Oriente Médio como um paraíso, mas é tão bom poder andar pelas ruas às 3:00 de madrugada tomando sorvete e jogando conversa fora sem se preocupar.

terça-feira, 20 de maio de 2014

O trânsito no Oriente Médio

Hoje resolvi escrever sobre o sistema de transporte no Oriente Médio.

Começo falando pelo Metrô de Dubai. O sistema de metrô da cidade é simplesmente maravilhoso - também, ele se destaca por ser o metrô mais luxuoso do mundo. A cidade possui mais de 40 estações (são duas linhas: vermelha e a verde) e cada estação parece uma galeria de arte ou um aeroporto pelo sua arquitetura. São lindas, climatizadas, limpas e organizadas. É um ponto turístico como a Linha A de Buenos Aires (obrigatória sua visitação). O sistema de informação é audiovisual e bilingue (arabe-ingles). Então não há preocupação de se errar a estação que se deseja descer. Além disso, a segurança é realizada por meio de cameras e policiais, dedicados exclusivamente ao metrô, fazem o monitoramento das linhas. Os trilhos são monitorados por sensores que, caso reconheçam algo errado, diminuem a velocidade automaticamente dos vagões. 


O sistema é controlado por computador e não há maquinista. Assim, a parte da frente do primeiro vagão é a mais disputada para quem deseja ficar admirando a vista durante o percurso - principlamente nas rotas de superficie. Há vagões exclusivos para mulheres e crianças, portadores de necessidades especiais e cabines chamadas gold - de luxo - para quem quiser viajar com mais conforto...Mais conforto do que os vagões "normais" ofecerem... 

Existem várias restrições e multas, caso o usuário não seja um cidadão respeitável. É proibido fumar, dormir, comer e beber no interior dos vagões e das estações - nem pense em deixar migalhas de salgadinho no chão do metrô. É multa na certa!

Tá mas e o preço para se andar nesta belezura? As tarifas variam conforme os trechos e custam a partir de 1,80 dhs (cerca de R$1,00) na cabine normal e 3,60 dhs (mais ou menos R$2,00) na classe Gold (luxo). Sim, acredite! Estes valores são para partidas e chegadas numa mesma zona do sistema. No site oficial do metrô é possível fazer uma simulação com os trechos desejados para se ter conhecimento do valor exato do custo da passagem. 

O horário de funcionamento do metrô varia de acordo com o dia da semana:
Sábado à quarta-feira: 5:50 a 00:00
Quinta-feira: 5:50  a 01:00
Sexta-feira: 13:00 a 1:00

Outro sistema muito utilizado de transporte é o táxi - esse é uma piada o valor da corrida. Já que o preço da gasolina na cidade é 0,70 centavos de real o litro...Há táxis exclusivos para mulheres digiridos por taxistas mulheres e identificados pela cor rosa. Todavia, se você é mulher pode pegar um táxi que não seja exclusivo - sem problema. 

Mas quem gosta de conhecer um lugar e ver como é o cotidiano de seus habitantes, pode-se aventurar pegando um dos 500 ônibus espalhados pela cidade que possuem conexão com as linhas de metrô. E não pense que, em pleno o verão de 45 graus de Dubai, você ficará esperando ao Sol o ônibus chegar. Todas as paradas de ônibus são cabines climatizadas. 


Outra alternativa é alugar um carro (muito barato), fazer longas caminhadas ou alugar uma bicicleta. Caminhar por Dubai é otimo! As estradas e avenidas no pais são muito bem estruturas e oferecem segurança aos motoristas.

O trânsito de Dubai flui e nos horários de picos há muitos carros circulando, mas nada que faça você meter a mão na buzina desejando que seu carro criasse asas e voasse. Diferentemente do sistema de trânsito e transporte de Amã. 

A capital da Jordânia o lema para se dirigir é: "Cada um por si. E salve-se quem puder". O número de carros batidos e arranhados é imenso. Por onde você olhar conseguirá avistar um carro assim. Não há metrô na cidade - apesar que existe um projeto, há anos, para a construção de um metrô (fico pensando como seria um sistema deste em uma cidade montanhosa como Amã) - e os onibus são antigos. A melhor maneira de se locomover é por táxi. Os pedestres se arriscam ao atravessarem as ruas, já que quase não existe faixa de pedestre. O que existem são passarelas, mas não o suficiente, claro. 

Buzinar é a mania dos motoristas por aqui. Se buzina por tudo! Para o carro da frente andar mais rápido, para avisar que o sinal a sinaleira está verde (eles buzinam antes de mudar a cor!), para cumprimentar alguém ou, meramente, buzinam. E não é raro ver um carro se atravessar do nada na sua frente porque o motorista avistou um amigo na rua. Eles param para conversar na via.   


Quase não se vê moto. As que existem são de empresas de entrega e da polícia - as motocicletas da polícia da Jordania são iguais as da polícia dos EUA. Dirigir e falar ao celular é tão comum como fumar por aqui. O que parece é que não existem leis de trânsito. Se atravessa o sinal vermelho, se buzina em frente a hospitais, se dirige ultrapassando o limite de velocidade, se estaciona nas calçadas - um dia desses um carro do Governo estava estacionado em cima da calçada deixando totalmente a via sem passagem para os pedestres que se arriscavam passando ao lado dos carros. Aqui, também, existem uma espécie de táxi coletivo. São carros que transportam passageiros com um destino já fixo por um valor muito menor se você fosse sozinho até o destino requerido com um táxi normal ou ônibus. 

Tudo que ocorre em Amã, ocorre nas grandes cidades do Brasil, mas parece que aqui são mais frequentes. Ou melhor, rotineiras. E não somente na capital, mas em outras cidades da Jordânia (sejam pequenas ou grandes cidades). Muitas pessoas me disseram que não era assim. O trânsito e a educação no trânsito mudaram com o imenso número de estrangeiros , ou melhor, refugiados que começaram a chegar fugidos das guerras em países da região (Iraque – pós invasão dos EUA, Siria – Guerra Civil, Palestina – expansionismo Israelense). Como ouvi: “É o preço que a Jordânia paga por ser pacífica”. 

Mas nem tudo é caótico por aqui, há algo muito interessante na Jordânia que no Brasil é visto como perigoso: a carona. É muito comum ver pessoas pedindo carona nas ruas e muitos motoristas atendem os pedidos. Na maioria são senhoras, crianças (indo ou saindo para estudar) ou trabalhadores. Há um sentimento muito grande entre o povo daqui de acolhimento e cooperação entre eles. Precisa de algo? Nós te ajudamos! E isso é em tudo. Mesmo que você tenha pouco, seu pouco pode ser compartilhado e ajudar uma segunda pessoa.

Amã, Dubai, Jerash, DayrAllah, Abu Dhabi, Al Salt são os contrastes desta terra cheia de distinção e semelhança com o Brasil. O que me faz ver que estamos no meio do caminho entre atrasado e o moderno. 

domingo, 18 de maio de 2014

Jerash - a mais romana das cidades do Oriente Médio

A primeira cidade turística que visitei na Jordânia foi Jerash. E a frase para descrevê-la é: De volta à Roma antiga! Jerash é a segunda cidade mais visitada do país perdendo, é claro, para Petra. Para quem ama história, como eu, é uma parte do território jordaniano obrigatório para se ir e contemplar mais de 2 mil anos de história. 

Jerash está localizada pertinho de Amã, cerca de 40 km, mais especificamente, ao norte. A moderna cidade de Jerash fica a leste das ruínas. A velha e a nova Jerash dividem a muralha construída a milhares de anos. As ruínas da cidade antiga ficaram escondidas por séculos até serem "descobertas" no início do século XX por Ulrich Jasper Seetzen. A partir daí, iniciou-se o período de escavação e restauração. Atualmente, é uma das dez cidades romanas mais bem preservadas do mundo e, como Amã,  seu relevo é totalmente montanhoso com temperaturas agradáveis durante quase todo o ano. A maioria destes monumentos foram construídos por doações de cidadãos ricos da cidade durante seu auge.


Suas ruínas contam muito da história da região. A cidade foi conquistada pelo General romano Pompeu em 63 a.C. E sua era de ouro foi durante o domínio romano, no qual era conhecida por Gerasa. Conta-se que após a conquista do Império Romano em 63 a.C., Jerash e terras arredores foram incorporadas pela província romana da Síria, e mais tarde se juntou as cidades que formaram a Decápolis (grupo de dez cidades na fronteira oriental do Império Romano na Judéia e Síria). Em 90 d.C., Jerash foi absorvida pela província romana da Arábia, que incluia a cidade de Filadélfia (atual Amã). Todavia, escavações recentes mostram que Jerash já foi habitada durante a Idade do Bronze ( 3200 a.C. - 1200 a.C.). No seu auge, Jerash chegou a ter cerca de 800 mil metros quadrados, uma grande cidade para os padrões da região.

O imperador Adriano visitou Jerash entre os anos 129-130 e em homenagem à visita foi construído um arco ao sul da cidade.  Em 614, os persas invadiram Jerash. E a partir daí iniciou-se seu declínio. No ano 749, um grande terremoto devastou grande parte de Jerash e seus arredores. Durante o período das Cruzadas, alguns dos monumentos foram transformadas em fortalezas, abarcando o Templo de Artemis. Pequenos assentamentos continuaram em Jerash até a invasão otomana. 

Andando pela cidade antiga, nota-se que todos os espaços estão bem informados através de placas que contam a história do monumento e da cidade (em três idiomas: inglês, latim e árabe). Entre os lugares para se visitar em Jerash incluo:

A coluna Corinthium,
Cardo Maximus,
Arco de Adriano ( já quase na entrada da cidade),
O circo / hipódromo,
Os dois grandes templos (dedicado a Zeus e Artemis),
O Fórum oval em perfeitas condições e é cercado por uma bela colunata,
A rua com colunatas,
Região onde estava localizada o comércio da cidade,  
Dois teatros (o Grande Teatro do Sul - no qual ocorre anualmente o Festival de Jerash e o Teatro do Norte, menor),
Dois banheiros tipicos - aqueles nos quais os romanos se banhavam em público,
Dois pequenos templos,
Um circuito quase completo de muralhas da cidade.
Uma catedral construída no século IV,
A igreja de Marianos,
Uma antiga sinagoga com mosaicos detalhados, abrangendo a história de Noé, foi localizado debaixo de uma das igrejas.


Durante o trajeto há rapazes vendendo água, refrigerante, chapéus, mascaras do V de Vingança ( que eu não entendi o motivo), flautas tradicionais árabes no valor de 1 dinar (um pouco mais de R$3,00 – óbvio que tive que comprar um de recordação) e cobrando para tirar foto dos turistas...Há, também,  guias em 7 idiomas, não incluso o nosso, a 35 dinares para levar os turistas por todo o trajeto. Jerash é incrível não somente pela arquitetura greco-romana, mas por se saber que o tempo a deixou escondida por séculos embaixo da areia. Dá para imaginar o quanto ainda está por ser desvendado nestas terras...

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Biblioteca da Grande Mesquita Sheikh Zayed - Abu Dhabi

Não é somente a religiosidade ou o turismo que levam inúmeras pessoas diariamente a visitarem a Grande Mesquita Sheikh Zayed, um verdadeiro monstro arquitetônico construído no deserto de Abu Dhabi, capital dos Emirados Arabes Unidos. No terceiro andar da oitava maior mesquita do planeta, há um tesouro de conhecimento a ser desvabrado: a Biblioteca da Grande Mesquita Sheikh Zayed. E como estudante de Biblioteconomia no Brasil, não poderia estreiar este espaço não falando desta biblioteca.

O ACERVO

Além de raridades como cópias originais do Alcorão reproduzidas na Europa durante os séculos XVI a XIX, o acervo conta com mais de 57.000 obras entre livros, manuscritos, revistas, jornais e materiais audiovisuais sobre religião, cultura, ciências, arquitetura, artes e história árabe, escritos não somente na lingua nativa, mas também em onze outros idiomas que trazem documentos a respeito de como a civilização islâmica é percebida por outras culturas. 

As informações sobre a coleção de manuscritos da biblioteca está toda disponível através de microfichas (cartões) para sua preservação, já que existem materiais com mais de 500 anos no acervo.

O ESPAÇO 

Ergonomicamente falando, a biblioteca foi totalmente pensado para o conforto do usuário, seja ele com necessidades especiais ou não. Existem janelas com vistas magníficas para a cidade, a iluminação, mobília e espaço de transição apropriados. É possível acessar a Internet usando o seu próprio computador portátil, no qual o acesso gratuito.

SISTEMA DE CATALOGAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

A Biblioteca utiliza o sistema da Biblioteca do Congresso Americano de classificação e as Regras de Catalogação do AACR2 segunda edição. O software utilizado é o Millennium, que oferece, por meio de títulos, autor, assunto e resumos, a recuperação da informação. O sistema de números de chamada é um pouco distinto do nosso, porque se usa números e letras de A a Z. Ele é lido da esquerda para a direita e de cima para baixo (é uma informação importante uma vez que o idioma árabe se lê e se escreve da direita para a esquerda). De acordo com a biblioteca, o Millennium é altamente capaz de integrar cada vez mais diversas fontes e conteúdos com acesso fácil. Além disso, o software resolve problemas de forma rápida e eficiente e produz relatórios e estatísticas precisas e atualizadas sobre as operações da biblioteca.

SERVIÇOS 

A biblioteca proporciona diversos serviços e todos gratuitos aos usuários. Entre os usuários do espaço estão os funcionários da mesquita e a comunidade em geral. Os funcionários podem pegar até 5 livros por um período de 15 dias (renováveis duas vezes por mais 15 dias). Já a Comunidade em geral pode pegar 3 livros por 15 dias (renováveis uma vez por mais 15 dias). E as renovações podem ser feitas no balcão ou por telefone.

Existe, também, serviço de referência. Este auxílio à Pesquisa é realizado pela equipe de referência, que está disponível para ajudar os usuários da biblioteca a encontrarem o material desejado, seja no formato impresso ou eletrônico. A área de referência contém várias estações de trabalho em rede que dão acesso ao catálogo online da biblioteca e outros recursos eletrônicos. Além disso, serviços de referência abrigam uma coleção de livros não-circulantes de referência, como dicionários. A equipe auxilia os usuários a utilizarem a coleção durante o horário em que a biblioteca se encontra aberta, ou por e-mail e telefone. Existe no site um espaço para solicitações de e-mail para: "Pergunte a um bibliotecário ". No próprio site da biblioteca é disponibilizado a referência dos novos materiais incorporados ao acervo para que o usuário tenha conhecimento do que há de novo. Há, também, links para diversas bibliotecas no país.

Foi uma grande surpresa me deparar com esta biblioteca quando fui visitar a Grande Mesquita. E isso nada mais é do que dar vizualização a um espaço tão importante para sociedade. Nada como ter uma placa indicando o caminho. Aliás, as placas nos salvam e nos confundem na vida. Ainda mais em um lugar no qual a escrita é diferente da qual estamos habituados. Mas isso é sinal de globalização. Façamos os outros nos compreenderem para que possamos ser compreendidos. É por isso que estou em busca de de um mundo que não está nos noticiários, de uma cultura que está sendo distorcida. Quero desbravar e compartilhar com o mundo.

Horários de funcionamento: de domingo a quarta das 9:00 às 20:00 e quinta das 9:00 às 16:00; sábados das 9:30 às 16:30. A biblioteca permanece fechada nas sextas e em todos os feriados religiosos e nacionais. 
Onde: Grande Mesquita Sheikh Zayed 
Site: www.szgmc.gov.ae.

Miracle Garden - o Jardim do Éden de Dubai

Já parou pra pensar encontrar um belo jardim, com flores de verdade em um deserto? Este lugar existe! É o Miracle Garden, localizado em Dubai nos Emirados Árabes Unidos.  O “Miracle” é, hoje, o maior jardim do planeta e não poderia estar em nenhuma outra parte do mundo se não fosse em Dubai. Foi o primeiro lugar que fui visitar ao chegar na cidade. E que início de viagem maravilhoso!!!


O "Dubai Miracle Garden" contém mais de 45 milhões de flores nas formas de corações, estrelas, iglus, borboletas, pirâmides, em vasos gigantes, dentro de carros e assim por diante. Concebido como uma atração turística e também com propósito de estabelecer recordes mundiais,o jardim atrai cerca de um milhão de visitantes por ano e a temática do espaço, com os arranjos florais, muda a cada temporada (assim como todos os canteiros de flores espalhados pela cidade) para que os visitantes possam ter a cada visita uma nova e surpreendente experiência.

Basta digitar o nome do Jardim no Google Imagens para se ter noção do que é possível fazer nesta terra que foi e está sendo idealizada para ser um exemplo do que será o futuro. Dubai está se tornando o lugar mais interessante e futurístico da Terra e já está se preparando para receber a Expo 2020 ( Feira Mundial que ocorre desde o século XIX e que em sua próxima edição terá como lema:"Conectando Mentes, Criando o Futuro" - as obras estão por diversas partes da cidade). 


Dubai é uma pequena cidade, com pouco mais 4100 km², às margens do Golgo Pérsico, possui os mais fantásticos pontos turísticos da modernidade, tira água do deserto, faz florescer jardins, constrói edifícios que desafiam a arquitetura e faz milhões de turistas se impressionarem ao pisar em seu solo. O Governo está apostando de forma inteligente no turismo como fonte de renda, já que o petróleo está se esgotando!!!! Na verdade Dubai saiu do pequeno vilarejo extrator de pérolas para se transformar em uma cidade para bon vivant.

Dubai, assim como outras regiões no Oriente Médio, é um exemplo do que se pode ser feito em regiões áridas, como o nordeste do Brasil que sofre tanto com a seca. Desta forma, o "Miracle Garden" pode ser considerado o Jardim do Éden, não somente de Dubai, mas da Terra!


Um lugar lindo para se visitar sempre que se ir à Dubai.

Horário de funcionamento: de Domingo a quinta: das 9hs às 21 hs. Sexta e sábado: das 9hs às 23 hs
Ingresso: 30 AED (cerca de 20 reais) que é possível entrar no Jardim 2 vezes (de dia e a noite) Crianças até 3 anos de idade e pessoas com necessidades especiais a entrada é gratuita.

Site: www.dubaimiraclegarden.com/

Referências: http://entreoriente.blogspot.com/2014/05/miracle-garden-o-jardim-do-eden-de-dubai.html

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Dica de Cinema: O aniversário de Layla

Quem pensa que a Palestina vive somente de opressão e sofrimento está enganado. Lá também se faz cinema, com muito sacrifício, mas se faz.
O aniversário de Layla, é uma produção de 2008 que tem como enredo um dia na vida de Abu Layla, um juiz que se vê sendo taxista após voltar para o país e que tem por missão: voltar para casa para comemorar o aniversário da filha, Layla. Durante a trama ocorre tudo que é possível com o personagem do ator Arren Omari, em ótima atuação.
O diretor da obra é o palestino, Rashid Masharawi  que nasceu em um campo de refugiados em Gaza.  Rashid conta com a primazia dos filmes do Oriente o cotidiano da região. A questão política fica evidente em inúmeras passagens, dos homens com fuzis na rua ou na cena em que Abu encontra-se em um posto de gasolina já esgotado pelo dia incomum que viveu.
Uma ótima dica para quem gosta de histórias bem contadas e aparentemente comuns.
Ficha técnica:
Direção: Rashid Masharawi
Elenco: Areen Omari, Mohammed Bakri
Ano: 2008
País: Palestina

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Dica de Cinema: Frozen - uma aventura congelante

Dirigido por Jennifer Lee, "Frozen - uma aventura congelante” é um filme que encanta todos, não somente pela história (inspirada em “A Rainha da Neve”, de Hans Christian Andersen, obra do Século XIX), mas pelas belas canções, pelo impacto visual e pelos personagens com extremo carisma.

“Frozen”, conta a história das irmãs Elsa e Anna. Elsa, por ser a primogênita é a futura rainha de Arendelle e esconde um segredo de todos: a partir de suas mãos ela cria gelo e neve (algo que só acontece quando a jovem não consegue controlar seus sentimentos).


Após um acidente com Anna, Elsa resolve viver isolada em seu quarto até o dia de sua coroação como rainha. Então ocorre o que ela temia: mostrar “seu dom” à população de Arendelle. A jovem rainha, então, acaba por congelar seu reino.  

Inicia-se a jornada de Anna em busca da irmã que está enclausurada em um castelo de gelo no topo de uma montanha.

Em épocas de verões escaldantes no Hemisfério sul e um inverno congelante no Norte, “Frozen” chega para encantar o público.  A obra já é a segunda maior bilheteria dos estúdios Disney na história ( primeiro lugar é do maravilhoso “O rei leão”).