segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Cara nova ao Centro de Porto Alegre


 O bairro mais antigo da capital gaúcha, o Centro Histórico está em transformação. Enquanto prédios tombados pelo patrimônio histórico são restaurados, outros estão ganhando nova roupagem.

O “empacotamento” de prédios que não têm a obrigação de preservar características arquitetônicas é a nova moda na região central. O segundo edifício repaginado deve ter a reforma concluída nas próximas semanas.

O edifício Realeza, em frente ao Chalé da Praça XV, é o mais novo “empacotado” (o primeiro foi a sede da Aplub, na avenida Júlio de Castilhos, em 2010). Com uma reforma de R$ 1,5 milhão, o edifício de 1959 ganhou uma fachada espelhada.

O Realeza foi comprado há cinco anos pelo engenheiro José Centena Gonzalez, que tem outros cinco prédios no bairro. Ele conta que a reforma foi profunda, uma vez que as instalações eram precárias.

As transformações arquitetônicas no Centro são consideradas positivas. “Todas as cidades do mundo passam por isso. Regiões vão ficando velhas e mudam o seu aspecto com o tempo pelos investimentos”, analisa a arquiteta e urbanista Celia Ferraz, professora da UFRGS.

Autora de livros sobre a evolução urbana da capital, Celia diz que não há problemas: “Grande parte do Centro é eclético. É uma pluralidade de estilos e épocas. Não existe referência artística, como Milão e Paris.”

Bairro recebe novos investimentos

O investimento da iniciativa privada no Centro Histórico, como a reforma do Chalé da praça XV (R$ 2 milhões) e da galeria Chaves (R$ 3 milhões), é comemorado pelo Compahc (Conselho do Patrimônio Histórico Cultural). A presidente do órgão, Rita Chang, não se opõe às mudanças arquitetônicas na região. “O Centro é o coração da cidade.

Os turistas vão querer conhecer a região durante a Copa. A requalificação do Centro é elogiável. A iniciativa privada e o poder público voltaram a ter olhos para lá”, afirma.



Um dos atrativos para os investidores é a confirmação da revitalização  do Cais Mauá, que deverá atrair um novo público  ao bairro que margeia o Guaíba. A reforma dos  armazéns e a construção de novos prédios, como hotéis e escritórios, estão avalisadas em  R$ 500 milhões.

De forma paralela, prédios antigos estão sendo recuperados, levando novas lojas e restaurantes  à região. Atualmente, a valorização imobiliária é avaliada em 35% nos últimos anos.


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